O LABIMUNOBIO foi criado em 1983 pelas Professoras Lenilde Brandão Arão e Ângela da Costa Pereira, atendendo a diversos Cursos de Graduação das áreas de Ciências Biológicas e da Saúde. Atualmente atende Cursos de Graduação e Pós-Graduação do INBIO, INISA, FAODO, FAMED, FAMEZ, e FACFAN. Neste Laboratório são desenvolvidos Projetos de Pesquisa nas linhas de Identificação e avaliação da Resposta Imune ao Papilomavirus Humano e Ensaios Biológicos com Trypanosoma cruzi, utilizando ferramentas de Biologia Molecular, Imunohistoquímica, Citometria de Fluxo, Cultivo de Parasitas e Ensaios in vitro para avaliação de atividade biológica de extratos vegetais e compostos sintéticos.
Resposta Imune ao Papilomavírus humano
Aspectos epidemiológicos da infecção por HPV
Prevenção da infecção por HPV e outras medidas de promoção à saúde
Ensaios Biológicos com Trypanosoma cruzi
1-Papilomavírus humano (HPV) em leucoplasia e carcinoma epidermoide de boca: relação com biomarcadores de proliferação celular, de diferenciação e fenotípicos da resposta imunológica no prognóstico das lesões. (Edital CHAMADA FUNDECT Nº 08/2020 – PPSUS – Coordenador • Inês Aparecida Tozetti).
Síntese: A mortalidade por câncer na cavidade oral, embora tenha declinado ultimamente na população da maioria dos países, revelam o aumento da incidência de câncer na cavidade oral relacionado à infecção pelo HPV, principalmente em regiões como amígdalas, base da língua e orofaringe, e tem aumentado entre jovens e adultos de ambos os sexos. O número de óbitos/ano por câncer na cavidade oral é de 6.455 sendo 4.974 entre homens e 1.481 entre mulheres. Enquanto o número estimado de novos casos de câncer na cavidade oral para o ano de 2020 é de 15.190, sendo 11.180 entre homens e 4.010 entre mulheres. Na cavidade oral ainda são incipientes os métodos de diagnóstico do HPV, não sendo preconizados pelo SUS, pautando-se apenas no estudo de lesões pré-estabelecidas na mucosa, sugestivas de carcinogênese, em centros especializados. A principal meta da Política Nacional de Saúde Bucal é a reorganização da prática e a qualificação das ações e serviços oferecidos no país. Esse objetivo vem de encontro com a necessidade de levarmos à Atenção Básica, através das equipes de Saúde Bucal, a triagem de lesões potencialmente malignas e sugestivas de infecção por HPV. Nesse ponto, a definição de biomarcadores de doença bucal é relevante para o estabelecimento precoce do diagnóstico. Os resultados encontrados neste estudo permitirão a implantação de novas estratégias de prevenção do câncer bucal, aumentando a triagem de pacientes com aspectos clínicos sugestivos de doença.
2- Mecanismo de ação de 3b-O-tigloilmelianol e Isoobtusilactona A em formas replicativas de T.cruzi e sua associação a neomateriais nanoestruturados de liberação modificada na busca de alternativas para o tratamento da doença de Chagas. (Edital • CHAMADA FUNDECT Nº 08/2020 – PPSUS – Coordenador • Alda Maria Teixeira Ferreira).
Síntese: A doença de Chagas é uma importante doença negligenciada causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi e representa um dos principais problemas de saúde pública, principalmente em países da América Latina, ocasionando milhares de óbitos a cada ano ou incapacitando milhares de indivíduos para o trabalho. O único fármaco liberado para o tratamento da doença de Chagas no Brasil, o Benzonidazol, apresenta limitada eficácia na fase crônica da doença e provoca várias reações adversas, induzindo à interrupção do tratamento em 20% dos casos. Na busca de novos compostos ativos contra T.cruzi, nosso grupo vem estudando duas espécies vegetais do Cerrado, a Aiouea trinervis (Lauraceae) e a Guarea kunthiana (Meliacee) e recentemente isolamos e caracterizamos dois compostos com atividade frente formas replicativas e infectiva de T.cruzi. Considerando os dados gerados em nossos estudos e o interesse em aplicar o conhecimento na busca de alternativas para o tratamento da doença de Chagas, propomos a investigação do mecanismo de ação 3-O-tigloilmelianol e Isoobtusilactona A e sua associação ao sistema microemulsionado de cloridrato de levamisol. A incorporação desses compostos sabidamente ativos contra T.cruzi poderá contribuir para a compreensão dos efeitos desse sistema sobre as células do hospedeiro na presença do parasito, bem como a sinalização intracelular que ocorre durante a infecção pelo parasito.
3- Avaliação fenotípica de células linfoides da imunidade inata e citocinas em pacientes positivas para DNA de Papilomavírus humano com lesão intraepitelial escamosa de baixo, alto grau e ou carcinoma invasivo. (Edital • chamada FUNDECT N° 06/2017 – UNIVERSAL-MS – Coordenador • Inês Aparecida Tozetti)
Sintese:A infecção pelo HPV é mais prevalente em adultos jovens que estão iniciando sua atividade sexual. O HPV pode ser classificado de acordo com seu potencial oncogênico em tipos de baixo risco (LR-HPV) e alto risco oncogênico (HR-HPV), sendo a persistência da infecção por HR-HPV uma das causas da progressão para neoplasia. As Células dendríticas (CD), Langerhans (LC), Natural Killer (NK), Natural Killer T (NKT) e Queratinócitos, dentre outras, são células importantes envolvidas na promoção de uma resposta imune inata eficaz para a eliminação do HPV no início da infecção. Tais tipos celulares foram denominados de células indutoras do tecido linfóide (LTi), e posteriormente definidas como células linfóides inatas (ILCs). A resposta inflamatória mediada por citocinas, dentre elas, IL-6 e TNF-α no microambiente tumoral pode exercer importante papel na progressão das lesões induzidas pelo HPV. Objetiva-se com o presente estudo, detectar marcadores fenotípicos das ILCs e suas citocinas em amostras de sangue periférico, bem como, as citocinas IL-6, TFN-α e o marcador P16 em cortes histológicos de cérvice uterina provenientes de pacientes infectadas pelo HPV. O papel dessas ILCs, bem como das citocinas IL-6 e TNF-α na progressão neoplásica ainda não foi complemente elucidado, mas os achados do presente estudo devem levar a novos esforços para melhor entender o papel dessas subpopulações celulares e citocinas na promoção, manutenção ou eliminação de tumores.
4- Caracterização fenotípica das células com função imunorregulatória em amostras de cérvice uterina infectadas pelo Papilomavírus humano. (Edital • Edital nº 49-2016 – Coordenador • Cacilda Tezelli Junqueira Padovani)
Síntese: A infecção pelo HPV é a infecção sexualmente transmissível viral mais frequente na população sexualmente ativa e é considerada um fator necessário para o desenvolvimento do câncer cervical. O HPV contribui para o desenvolvimento da carcinogênese por meio dos oncogenes virais E6 e E7, que inibem respectivamente a atividade das proteínas p53 e pRb no controle da replicação celular, provocando divisão celular com instabilidade cromossômica e acúmulo de mutações na célula infectada, conduzindo eventualmente ao desenvolvimento de lesões neoplásicas. O câncer do colo do útero é um importante problema de saúde pública mundial devido a sua alta prevalência e seus altos índices de morbimortalidade. Constitui-se a segunda neoplasia maligna mais prevalente em mulheres de todo o mundo e a principal causa de morte por câncer entre mulheres de países em desenvolvimento. Estudos demonstram a associação entre a progressão neoplásica relacionada ao HPV e o estado imunológico da paciente. Um dos importantes mecanismos de escape viral, que também contribui para o desenvolvimento neoplásico é a criação de um microambiente imunorregulatório via produção de IL-10, importante citocina imunorreguladora produzida por muitas populações de células. A IL-10 tem potentes efeitos inibidores sobre a resposta inflamatória e proliferação de células T. Atua deprimindo a produção de citocinas Th1 e inibe a apresentação de antígenos pelas APC profissionais a partir da redução da expressão de MHC classe II e moléculas co-estimulatórias na sua superfície celular. A detecção da expressão de IL-10, a determinação dos fenótipos celulares envolvidos na sua produção e a avaliação da influência desta citocina sobre a expressão de MHC de classe II contribuirá para elucidar importantes fatores sobre a persistência da infecção pelo HPV e evolução das lesões neoplásicas, permitindo o desenvolvimento de novas estratégias preventivas e terapêuticas baseadas na imunoterapia.
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